
Digamos que uma mulher para. E ela para sem se sentir “em falta” com ninguém ou com nada. Não quer se recortar do fluxo do mundo, da seiva da vida. Simplesmente parar. Parada, ela pode, porque gente, continuar a andar, a dançar, gozar, comer, cantar. Mas, como poderia ser viver a vida através dessa paragem?
A Mulher Que Virou Planta é um solo performado por Bruna Trindade, que se inspira no livro A Vida das Plantas: uma metafísica da mistura, do filósofo italiano Emanuele Coccia. A peça convida o espectador a uma experiência de imersão na radicalidade que é estar-no-mundo planta, se propondo a traduzir uma forma de pensamento através dos recursos da arte teatral.
atuação e pesquisa: Bruna Trindade
encenação: Vitor Medeiros
direção artística: Tatiana Motta Lima
roteiro: Bruna Trindade e Vitor Medeiros
assistência de direção e preparação corporal: Renata Asato
figurino: Mayra Terra
iluminação: Ricardo Rocha
cenário: Bruna Trindade
música: Bianca Godoi
designer: Wolmin Dahgrota
fotografia: Paula Monte, Jocimar Dias Jr. e José Palandi
arte do programa: Cacá Fonseca e Vitor Medeiros
produção: Bruna Trindade
produção de temporada: Sérgio Magraner
realização: Grupo Lacuna e Hanimais Hestranhos
co-realização: Ritornelo
apoios: Rampa, Lugar de Criação, Papel Semente, Tupiniquim, Cumpades, Culturas Vivas Dahgrota Arte e Design.
Sua ausência de movimento é apenas o reverso de sua adesão integral ao que lhes acontece e a seu ambiente. Não se pode separar a planta do mundo que a acolhe. Ela é a forma mais intensa, mais radical, mais paradigmática do estar-no-mundo. Interrogar as plantas é compreender o que significa estar-no-mundo.
Emanuele Coccia